Trombofilia na gravidez: o que é, riscos e diagnóstico!

A trombofilia na gravidez é uma condição séria, mas que muitas futuras mamães desconhecem. Trata-se de um distúrbio que aumenta a chance de formação de coágulos sanguíneos, e durante a gestação, pode trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.

E não pense que isso é raro; muitas mulheres enfrentam essa condição e nem sabem. Mas, saber mais sobre esse assunto ajuda a tomar decisões informadas e buscar o melhor tratamento.

Então, continue lendo para entender mais sobre o tema. A seguir, você vai conhecer os riscos, as causas e como é feito o diagnóstico.

O que é trombofilia?

Trombofilia é uma condição médica caracterizada pela predisposição do sangue a formar coágulos de maneira exagerada. Isso acontece devido a alterações genéticas ou adquiridas que afetam o sistema de coagulação, e embora muitas pessoas vivam com esse problema sem apresentar sintomas, durante a gravidez, a situação pode mudar.

O corpo da gestante já passa por alterações naturais que aumentam a coagulação para evitar hemorragias no parto, então, se a mulher tem essa enfermidade, essa tendência pode ser potencializada, levando a complicações sérias. Mas é importante destacar que a trombofilia não é uma doença em si, mas um fator de risco que pode desencadear problemas maiores, como trombose, que é a formação de coágulos dentro dos vasos sanguíneos.

Quais são as causas da trombofilia na gravidez?

A gravidez, por si só, já aumenta o risco de coagulação, mas quando há trombofilia, esse risco se torna ainda maior. Algumas mulheres nascem com uma predisposição natural para formar coágulos, enquanto outras desenvolvem essa condição ao longo da vida devido a diferentes fatores, como:

  • fatores genéticos — algumas herdam genes que aumentam o risco de trombofilia, como a mutação do fator V de Leiden e a mutação da protrombina, que alteram o processo normal de coagulação;
  • síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF) — uma condição autoimune que faz o corpo produzir anticorpos que atacam os próprios tecidos, que levam a um risco elevado de formação de coágulos;
  • deficiência de proteína C, proteína S ou antitrombina — essas proteínas regulam a coagulação do sangue, e a deficiência delas pode resultar em uma coagulação excessiva, que aumenta o risco de trombose;
  • histórico pessoal ou familiar de trombose — mulheres que já tiveram trombose ou têm familiares com histórico de trombofilia correm maior risco de desenvolver a condição durante a gravidez;
  • obesidade e estilo de vida sedentário — o excesso de peso e a falta de atividade física podem contribuir para a formação de coágulos, especialmente durante a gravidez, quando o corpo já está mais propenso a isso.

Esses fatores, isolados ou combinados, podem aumentar os riscos durante a gravidez. Por isso, é preciso que mulheres com histórico ou predisposição para trombofilia sejam acompanhadas de perto por um profissional de saúde.

Quais são os sintomas?

Embora algumas mulheres possam não apresentar sintomas evidentes, outras podem notar manifestações específicas que indicam a formação anormal de coágulos, como:

  • inchaço em uma perna ou braço — pode ser sinal de trombose venosa profunda (TVP), onde um coágulo bloqueia uma veia profunda, geralmente nas pernas;
  • dor ou sensibilidade na perna — normalmente localizada na panturrilha ou coxa, podendo ser sentida ao caminhar ou ficar em pé por longos períodos;
  • vermelhidão ou descoloração da pele — na área onde o coágulo está presente, a pele pode ficar avermelhada ou mais escura;
  • sensação de calor na área afetada — a região com o coágulo pode ficar mais quente ao toque em comparação com o resto do corpo;
  • falta de ar repentina — pode indicar uma embolia pulmonar, que ocorre quando um coágulo se desloca para os pulmões e bloqueia o fluxo sanguíneo;
  • dor no peito ao respirar fundo — outro sinal de embolia pulmonar, esta dor é frequentemente descrita como uma sensação de aperto ou pressão;
  • frequência cardíaca acelerada — pode ser uma resposta do corpo a um coágulo que está interferindo com a circulação normal do sangue.

É importante lembrar que esses sintomas podem variar em intensidade e nem sempre todos estarão presentes, mas qualquer sinal de anormalidade deve ser motivo para procurar imediatamente um médico.

Quais são os riscos?

Entre os principais riscos estão a trombose venosa profunda, que é a formação de coágulos nas veias das pernas ou da pelve, e a embolia pulmonar, que ocorre quando um coágulo se desloca para os pulmões.

Ainda, há um risco maior de complicações placentárias, como descolamento prematuro da placenta e insuficiência placentária, que podem levar a restrição de crescimento intrauterino e até mesmo a perda gestacional. Abortos recorrentes também são uma preocupação, assim como a pré-eclâmpsia, uma condição caracterizada por pressão arterial alta e danos a outros órgãos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de trombofilia na gravidez é feito por um especialista em hematologia ou por um obstetra especializado em medicina materno-fetal. O processo começa com uma avaliação detalhada do histórico médico da paciente, incluindo eventuais episódios anteriores de trombose e a presença de fatores de risco genéticos ou adquiridos.

Em seguida, são solicitados exames de sangue específicos para identificar anomalias nos fatores de coagulação, como mutações genéticas e deficiências de proteínas anticoagulantes. Além disso, para monitorar possíveis complicações decorrentes da trombofilia, como trombose venosa profunda, pode ser necessário realizar um ultrassom Doppler.

Esse exame de imagem não invasivo ajuda a visualizar os vasos sanguíneos e detectar a presença de coágulos. O ideal é fazer uma combinação desses métodos para um diagnóstico preciso, e a elaboração de um plano de tratamento adequado para garantir a saúde da mãe e do bebê.

Como é o tratamento para trombofilia na gravidez?

Em geral, o tratamento é feito com anticoagulantes, como a heparina de baixo peso molecular, que é administrada por injeção subcutânea e ajuda a reduzir o risco de trombose sem atravessar a placenta., sendo a marca mais famosa aqui no Brasil, o Clexane (Sanofi).

O médico também pode recomendar o uso de aspirina em baixa dosagem para ajudar a prevenir complicações placentárias. O acompanhamento médico regular é muito importante, com consultas frequentes para monitorar a eficácia do tratamento e ajustar as doses conforme necessário.

Em alguns casos, pode ser necessário realizar ultrassons adicionais para avaliar o crescimento e o bem-estar do bebê. Com um tratamento adequado e vigilância constante, muitas mulheres com trombofilia podem ter uma gravidez saudável e segura.

Descobrir mais sobre a trombofilia na gravidez é um passo importante para ter uma gestação tranquila e saudável. Ao reconhecer os sintomas, entender os riscos e conhecer os tratamentos disponíveis, você pode tomar decisões mais seguras e buscar o acompanhamento médico necessário. Cada ação conta na proteção da sua saúde e do seu bebê. Portanto, fique vigilante e procure ajuda médica ao notar qualquer sinal preocupante.

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